resenha do livro Hans Staden duas viagens ao brasil
O
livro conta as duas viagens feitas por Hans Staden ao Brasil, a obra é um dos
primeiros Best-sellers sobre o novo mundo e retrata a epopeia do alemão que foi
capturado pelos tupinambás e viveu entre os índios, em um continente recém-descoberto,
as aventuras e perigos vividos por Hans no novo mundo, nos da uma boa base para
compreendermos o que se passava no Brasil em seus primeiros anos após o
descobrimento. A então colônia de Portugal encontra-se dividida em capitanias
hereditárias, as mesmas eram constantemente ocupadas por tribos indígenas, que
guerreavam entre si e costumavam se aliar aos colonizadores e com a ajuda deles
combater seus desafetos, os tupinambás, por exemplo, eram inimigos dos
portugueses e aliados dos franceses, já os tupiniquins ao contrário eram
inimigos dos tupinambás e aliados dos portugueses, no entanto essas duas tribos
eram antropofágicas, ou seja, comiam carne humana. É nesse contexto que Hans é
capturado e mantido cativo pelos tupinambás, por não compreender os costumes
daquela tribo, ao ser capturado Hans pensou que estava sendo levado direto para
morte, no entanto ele foi dado de presente a outros índios em sinal de amizade.
Ao ser capturado as mulheres da tribo o conduziram com uma corda no pescoço
para o ritual do pocaré que significa dança. O alemão vivia aterrorizado, pois
constantemente via um homem ser capturado morto e comido pelos selvagens.
Independentemente do que veio a lhe acontecer, Hans sabia o risco que corria ao
anda por aquelas terras, pois a fama do guerreiro tupinambá Cunhambebe, famoso
por seus ataque e violência, além do seu gosto pela carne humana, já era
conhecida. Mesmo assim, o inevitável aconteceu, Hans foi capturado, porém por
ser loiro e de pele clara, diferente dos portugueses que tinha cabelo e barbas
pretas, o levaram para ser mostrado às crianças, mulheres e velhos. Durante o
trajeto já era mordiscado pelos os selvagens, que já iam saboreando sua carne,
colocaram-no em frente a cabana onde se encontrava os ídolos, chamado pelos
selvagens de maracás, e formaram um círculo em sua volta, duas mulheres
amarraram nele alguns chocalhos em uma perna e atrás do pescoço. Então
iniciaram a dança de maneira que o alemão deveria bater no chão com o a perna
onde estavam amarrados os chocalhos, para que o ruído de adequasse ao ritmo do
canto que as mulheres realizavam em sua volta. Após essa dança Hans foi
entregue a um selvagem com nome de Ipiru-guaçu, e lhe foi apresentado todos os
ídolos existentes na cabana, os selvagens lhes falaram que seus ídolos, haviam
profetizado que seria capturado um português. Foi nesse momento que o alemão
encontrou oportunidade para se defender, pois não era português, e sim alemão, aproveitou
também para afirmar que era amigo e parente dos franceses, pois sabia que os
tupinambás tinham como seus inimigos os tupiniquins e os portugueses, porem os
franceses eram seus aliados e com eles praticavam o escambo, e os recebiam como
amigos da mesma forma com que recebiam os pajés de outras tribos.
Para
escapar da morte eminente, Hans aprendeu os costumes dos selvagens, observou
seus ritos, suas crenças, medos e superstições, suas rotinas e hábitos. E usou
tudo isso a seu favor, como a única arma que possuía para escapar, das mãos dos
selvagens. O alemão observou que na sociedade indígena não havia lei ou
governo, todos tinham a mesma autoridade e direitos, sendo o mais respeitado
aquele com maiores glórias de guerra. O alimento vinha da caça, pesca e
colheita, as vezes também provinha de alguns inimigos que os selvagens
capturavam, os mais velhos era obedecidos, e as mulheres eram valorizadas, pois
trabalhavam mais que os homens: Na preparação de comidas,bebidas, vasilhames,
redes, cuidados com os filhos, plantação, entre outras funções que lhes eram
atribuídas. Não existia acumulo de riqueza, exceto as
penas de pássaros e os cristais que utilizavam nos lábios. Também eram bastante
hospitaleiros com seus amigos, ou com os pajés, mesmo se este fosse de uma
tribo inimiga, pois havia grande respeito, pela figura religiosa.
A importância do livro está no fato
de Hans ter presenciado e experimentado toda cultura tupinambá, e aprendido
seus costumes. Por sua vez os selvagens também absolveram a cultura do alemão.
Isso fica evidenciado em todo o livro, pois a todo o momento Hans clama por seu
Deus, que segundo ele, nunca o deixou desamparado, ali em meio aos selvagens
nos momentos mais difíceis ele se apegava a sua fé no Deus todo poderoso. E
passava um dia após outro e cada dia era vivido como se fosse o último, por
isso se apegava tanto a sua fé, pois poderia até perde seu corpo e ser morto
pelos selvagens, mais não a sua alma. Imagine em pleno século XVI um europeu
ser capturado, por um aborígine chamado Nhaepepô-açu, “Panela Grande”, e depois
ser dado de presente a outro selvagem de nome Ipirú-guaçu, o “tubarão grande”,
só restava a ele chamar por Deus.
‘ Hans a todo momento afirmava que não
era português para os selvagens, mais foi desmascarado
pelos selvagens, quando lhe colocaram frente a frente com um francês, e Hans
não compreendeu seu idioma. O mesmo francês fala para os selvagens que esse mal
sujeito é um verdadeiro português, portanto seu inimigo. Hans entende essa
parte da conversa e pensa que agora sua morte tinha acabado de ser decretada.
Então os selvagens começam a reuni as coisas e confecciona os adereços para a
festa que iriam fazer para comê-lo. Hans aprende todo o ritual por qual ira
passa antes de morre: O que vai matá-lo diz: estou aqui quero matá-lo porque
sua gente também matou e comeu muitos nossos. O prisioneiro responde tem muitos
amigos que saberão me vingar quando eu morrer, eles golpeia o prisioneiro de
forma que o cérebro jorre. Imediatamente lhe jogam na fogueira para depois
arranca sua pele. Após isso eles vão dividindo os pedaços entre sim. O que
matou o prisioneiro ganha mais um nome e o chefe da tribo lhe faz uma incisão
com dente de um animal selvagem na parte superior dos braços. Antes que Hans
fosse comido muitos selvagens começaram a adoecer, e com o medo de morrer,
solicitaram a ajudar do alemão para curá-los, foi nessa oportunidade que Hans
se apegou para se salva, fazendo com que os selvagens prometessem que não mais
iriam comê-lo se seu Deus o cura-se. Foi aí que passou a ser visto como figura
religiosa, e foi mantido vivo, até consegui ser finamente resgatado pelos franceses.
O
aspecto histórico do livro se por não ser um simples relato de viagem cheio de
mentiras de animais fantásticos que as pessoas estavam cansadas de ouvir, é um
livro que mostra uma visão nunca antes mostrada sobre a America, a visão do
bárbaro, com a lente de uma pessoa que estava lá, retrata as armas, comidas,
danças, coisas palpáveis a imaginação de quem o ler, por tudo isso se tornou um
as aventuras de Hans Staden se tornou um Best-seller mundial e continua até
hoje encantando quem o ler.
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