terça-feira, 29 de abril de 2014

 Conjuração Baiana – 1798
               
  A conjuração Baiana foi a mais popular das rebeliões coloniais, motivada por um grande descontentamento popular, pois a maioria da população reclamava da falta de gêneros alimentícios e outros produtos essenciais, bem como de seus altos preços. Além disso, os soldados clamavam por melhores salários. Diferente da inconfidência mineira, a conjuração Baiana uma ampla participação de pessoas do povo, como sapateiros, ex-escravos, soldados e vários alfaiates, motivo pelo qual ficou conhecida também como “Rebelião dos Alfaiates”. Participaram dela também padres e profissionais liberais, como advogados e médicos.
                Desde a transferência da capital para Rio de Janeiro, em 1763, Salvador passou a viver um período de grande decadência. As dificuldades econômicas eram muitas, acarretando miséria à população, os tributos impostos por Portugal eram considerados abusivos, o que aumentava e muito a insatisfação popular com a metrópole. Juntando-se a isso, crescia o desejo e a propagação dos ideais de liberdade, igualdade e fraternidade; advindos da Europa e Estados Unidos, chegavam à Bahia, incentivando a população a se rebelar contra Portugal. Assim começou o movimento que seria conhecido como conjuração Baiana.
                As ideias revolucionárias eram discutidas em encontros secretos realizados por uma sociedade secreta conhecida como cavaleiros da luz. Nessas reuniões se planejava a rebelião contra a dominação portuguesa, e se discutia ainda a proclamação de um governo democrático, republicano e livre da metrópole portuguesa. Outras pautas da reuniam eram o aumento de salários dos soldados, o fim da escravidão e do preconceito contra mulatos e negros.
                No dia 12 de agosto de 1798, salvador amanheceu repleta de cartazes afixados nas casas, nos muros, nos portes, proclamando o inicio da rebelião. Esses cartazes chamavam as pessoas para um movimento em favor da república, da liberdade e igualdade entre os seres humanos. Porém assim como na Inconfidência Mineira a Conjuração Baiana também teve um delator, seu nome era José da Veiga, o mesmo contou ao governador a hora, o dia e o local em que seria realizada a reunião que daria início à revolta. A rebelião foi frustrada numa ação rápida organizada pelo governador da Bahia Dom Fernando José de Portugal e Castro, que prendeu alguns lideres, os enforcou e esquartejou seus restos pela cidade de Salvador. No entanto muitos revoltosos foram avisados a tempo de escapa, boa parte dos que fugiram pertenciam a sociedade secreta. As forças do governo prenderam quarenta e nove pessoas entre elas, estavam nove escravos e três mulheres. Apenas quatro revoltosos foram condenados a morte e enforcados: os alfaiates João de Deus do nascimento e Manuel Faustino dos Santos, e os soldados Luís Gonzaga das Virgens e Lucas Dantas de Amorim Torres. Outras pessoas que apoiavam o movimento sofreram penas menores, como prisão e exílio.
                Apesar do aparente fracasso as rebeliões colônias, deixavam evidenciada a impossibilidade de se manter o Brasil explorado e preso a Portugal. A população estava amadurecendo para se tornar uma nação independente e o sistema colonial estava agonizando progressivamente.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
PILETTI, Nelson e PILETTE, Claudino. História e Vida Integrada. São Paulo: Ática 2002.
VICENTINO, Cláudio. História memória viva. Brasil Período Colonial e Independência.  6ª ed. São Paulo. 1995.

Nenhum comentário:

Postar um comentário