Inconfidência
Mineira de 1789
A inconfidência mineira foi uma
rebelião separatista, pois tinha como objetivo principal separa o Brasil de
Portugal. Até então, as revoltas que ocorriam na colônia tinham como propósito
apenas solucionar problemas pontuais, ou seja, limitava-se a contestar este ou
aquele imposto ou determinado abuso metropolitano. Eram rebeliões isoladas que
contestavam medidas metropolitanas contrárias aos colonos nativos de uma ou
outra região, sem reivindicarem a independência. Essas revoltas ficaram
conhecidas como rebeliões nativistas. Somente nas últimas décadas do século
XVIII é que surgiram as primeiras rebeliões separatistas, essas sim com um
caráter de libertação. As mesmas mostraram-se possuidoras de uma consciência
nacional e buscaram a emancipação da colônia. Dentre elas podemos destaca a
inconfidência mineira, que teve inicio em Minas gerais no ano de 1789, pela
insatisfação da população que pagava altos impostos.
Liderada
por elementos das altas camadas sociais de vila rica e sobre forte influência de
acontecimentos históricos do período como a independência dos Estados Unidos,
em 1776, e o inicio da Revolução Francesa em 1789. Planejou-se uma revolta
contra a política econômica de Portugal. Em sua maioria, os participantes da revolta
eram figuras de destaque da sociedade mineira, como o advogado e minerador
Inácio José de Alvarenga Peixoto, os coronéis Francisco de Paula Freire de
Andrade e Francisco Antônio de oliveira Lopes, entre outros. Contudo, o
participante do movimento que ficou mais conhecido era o que não fazia parte da
elite mineira. Seu nome era Joaquim José da silva Xavier, que tinha o apelido
de Tiradentes. Os revoltos pretendiam proclamar a independência em relação a
Portugal e usavam o lema “Liberdade, ainda que tardia”, inscrito na bandeira do
movimento. A inconfidência mineira, como ficou conhecida, tinha como principais
objetivos: criar uma universidade em Vila Rica, incentiva a instalação de
manufaturas em diversas regiões do Brasil e proclamar a república. Alguns
integrantes divergiam em alguns pontos como a libertação imediata dos cativos,
pois muitos eram contra, pois queriam a independência, mais sem reformas
sociais que poderiam acabar com seus privilégios.
Muitos
foram os motivos que motivaram a inconfidência mineira, mais alguns foram
decisivos. Como quando o então governador da região o Visconde de Barbacena
(Luis Antônio Furtado de Mendonça) recebeu ordens expressas para estabelecer a
derrama, ou seja, a cobrança de 100 arrobas anuais, que teriam que ser pagas
por todos os habitantes da capitania de Minas Gerais. Além da tributação,
outras medidas metropolitanas descontentavam os colonos: a violência dos
soldados portugueses, o controle na divulgação de ideias, com a proibição de
impressa de jornais elivros na colônia, e o fato de os cargos administrativos
importantes serem ocupados só por portugueses. Também prejudicava os colonos
uma lei de 1785, baixada pela rainha Dona Maria I, que proibia a produção na
colônia de tecidos, calçados, ferramentas, sabão e outras manufaturas,
obrigando os colonos a importar tudo de Portugal, a preços absurdos. Outro fato
determinante para a rebelião foi o quinto, ou seja, uma cobrança de vinte por cento de todo o ouro encontrado
na região das Minas Gerais. Vale ressalta que houve uma diminuição acentuada do
ouro extraído da região da minas, devido a grande intensidade da exploração.
Então fica fácil perceber que essa conta não fecha, pois não houve diminuição
nas cobranças realizada pelas autoridades, pelo contrário a cobrança de
impostos foi intensificada e quem não conseguisse pagar teria que cumprir as
exigências feitas com a tomada de seus pertences até completar o valor devido.
Essa cobrança seria feita pelos soldados da coroa que entravam nas residências,
a mesma foi chamada de derrama.
Os
participantes do movimento decidiram que a revolta ocorreria quando começa-se a
cobrança da derrama. Eles prenderiam o governador e iniciariam a luta pela
libertação. Tiradentes ficaria responsável em ir ao Rio de Janeiro para obter
apoio popular, armas e munição. Em meio a toda essa tensão o governador da
região o Visconde de Barbacena, ordenou uma derrama, pois a dívida colonial já
era bem superior a 5000 quilos de ouro. Esse fato alarmou a população de minas
Gerais, estimulando a conspiração contra Portugal. Desconfiado da eminente
revolta o governador visconde de Barbacena comunica suas suspeitas ao vice-rei
Luís de Vasconcelos e Souza no Rio de Janeiro, a devassa é instaurada para
apuração dos fatos ocorridos. E a rebelião não chega a se concretizar, pois a
conspiração foi denunciada por alguns de seus integrantes, em troca do perdão
de suas dividas, alguns traíram o movimento, entregando ao governador o plano
da revolta com o nome de todos os participantes. Entre os traidores estava o
tenente-coronel Joaquim Silvério dos reis.
Por
fim todos os integrantes do grupo dos inconfidentes foram presos e interrogados.
Durante o interrogatório os mesmos negaram qualquer envolvimento na conspiração
e muitos entregaram seus companheiros. No ano de 1790 no mês de janeiro
Tiradentes resolve assumir sozinho toda a culpa, em consequência disso recebeu
a maior punição, sendo enforcado em 21 de abril de 1792, no Rio de Janeiro, por
determinação da rainha de Portugal, D. Maria I, também conhecida como Maria
Louca. Seu corpo foi esquartejado e os pedaços distribuídos pelas cidades onde
estivera buscando o apoio popular. Tentava-se com isso intimidar os colonos e
evitar novas rebeliões. A casa em que morava foi destruída e sobre a terra
jogou-se sal, para que nem plantas ali crescessem.
Portanto, podemos afirmar que a
Inconfidência Mineira, foi um dos movimentos separatistas que serviram como
base, para se pensa no Brasil como nação, criando no imaginário popular a ideia
de liberdade, o que culminaria posteriormente em 7 de setembro 1822 com a sua
independência do Brasil.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
PILETTI, Nelson
e PILETTE, Claudino. História e Vida
Integrada. São Paulo: Ática 2002.
VICENTINO,
Cláudio. História memória viva. Brasil
Período Colonial e Independência. 6ª ed.
São Paulo. 1995.
CAMPOS, de
Flávio e MIRANDA, Renan Garcia. A escrita
da história: ensino médio. 1ed. São Paulo: Escala Educacional, 2005.
http://www.sohistoria.com.br/ef2/inconfidencia/ Acessado em 26.04.2014às 20hs e
15min.
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